O povo estava radiante, mas os mestres nacionais do Dojô Real estavam com dor de cabeça.h1 “Nunca imaginei um erro tão grande. Um presságio... muito sombrio!” Cada volta da carruagem Huatai pela Cidade Imperial simboliza a segurança nacional do ano. Agora, isso foi um desastre!
Os mestres ficaram tão revoltados que, depois de muito pensarem, foram até o Príncipe e, de forma educada, sugeriram: “Será que poderia se recolher por um mês, pra mostrar arrependimento? Não precisa nem ficar de castigo olhando pra parede, só ficar quietinho…”
O príncipe só deu um sorrisinho e falou: “Não.” E completou: “Salvar pessoas não é algo ruim. Como Deus poderia me condenar por fazer a coisa certa?”
“E se você pecou logo no começo?” “Então Deus é que tá errado. Por que eu deveria pedir desculpas por algo que tá certo?”
Os mestres ficaram sem palavras. Esse é o tipo de pessoa que o Príncipe é. Ele nunca enfrentou algo que não pudesse resolver, nem alguém que não gostasse dele. Ele acha que é o caminho certo do mundo, o centro do universo.
Então, mesmo os mestres pensando: “Você não entende NADA!” Eles não falavam muito. Nem se atreviam. Afinal, o Príncipe nunca escuta.
A segunda história também aconteceu quando o Príncipe tinha 17 anos. Diz a lenda que no sul do Rio Amarelo existe uma ponte chamada Yi Nian, onde há um fantasma que assombra o local há anos.
Esse fantasma é sinistro: veste uma armadura destruída, um pé em chamas, o corpo coberto de sangue e flechas, deixando um rastro de fogo e sangue a cada passo. De tempos em tempos, aparece à noite na ponte, para viajantes e pergunta três coisas: “Onde estamos?” “Quem é você?” “Por quê?”
Se não responder certo, ele devora a pessoa. O problema? Ninguém sabe qual é a resposta certa. Com isso, já devorou muita gente.
O Príncipe ouviu essa história durante uma viagem e decidiu ir pessoalmente à ponte. Passou a noite lá e encontrou o fantasma. O bicho era exatamente como diziam. Fez a primeira pergunta. O Príncipe sorriu e respondeu: “Aqui é o mundo.”
O fantasma: “Errado.” A resposta foi considerada incorreta.
O Príncipe pensou: “Se todas vão estar erradas mesmo, pra que esperar?” Então sacou a arma e partiu pra luta.
Foi um combate insano. O Príncipe era forte, e o fantasma também. Lutaram na ponte dia após dia, até que o fantasma perdeu.
Depois, o Príncipe plantou uma árvore de flores na ponte. Um taoísta passou, viu ele jogando terra ali e perguntou: “O que é isso?”
Príncipe respondeu com 8 palavras famosas: “No caos, meu coração está em Taoyuan.”
O taoísta sorriu, se transformou numa figura com armadura branca e foi embora voando pelos céus — era o próprio Imperador Wu disfarçado, descendo à Terra pra enfrentar demônios.
Os deuses celestiais notaram esse Príncipe extraordinário. Naquele festival do Yuan, um imortal comentou com o imperador: “O que acha desse garoto?”
O imperador respondeu: “Esse menino não terá limites.”
Naquela mesma noite, o céu se encheu de visões celestiais e tempestades. Em meio a relâmpagos e trovões, o Príncipe ascendeu aos céus.
Mas ascender de verdade não é brincadeira. É necessário talento, cultivo, sorte... A maioria nunca consegue. Mas ele? Com 17 anos já estava lá em cima.
Por ser tão querido, filho do rei e com muitos fiéis, construíram templos e estátuas por todo lado. A fé só aumentava, e a glória do Palácio de Xianle atingiu o ápice.
Até que, três anos depois, Xianle entrou em colapso.
A culpa foi do tirano no governo e da rebelião. Mesmo com a guerra rolando solta, os deuses não podiam interferir — a não ser que demônios estivessem envolvidos.
Imagine: todo mundo acha que tem razão. Se um deus ajuda um lado hoje, amanhã o outro lado vai querer vingança. Por isso, o Príncipe, sendo um deus, devia se manter neutro.
Mas ele não ligou. Disse ao imperador: “Quero salvar o povo.”
O imperador, cercado por milhares de deuses, nem ousava pensar isso. Mas não pôde impedi-lo: “Você não pode salvar todos.” “Eu posso.”
E assim ele desceu à Terra.
O povo ficou em festa. Mas as histórias populares sempre avisaram: quando um deus toma partido, o final nunca é bom.
A guerra só piorou. Não é que o Príncipe não tentou — ele tentou demais. Mas quanto mais tentava, pior ficava. O povo de Xianle sofreu horrores. No fim, uma praga devastou a capital, os rebeldes invadiram o palácio, e tudo acabou.
Com a queda do país, o povo percebeu: Aquele príncipe dos céus... não era tão perfeito assim.
Na real? “Ele era só um inútil que atrapalhou mais do que ajudou!”
Cheios de dor e raiva, invadiram os templos do Príncipe, quebraram suas estátuas, e botaram fogo em tudo. Oito mil templos queimaram por sete dias e sete noites.
E assim, o deus guerreiro virou um deus da derrota.
Falaram: você era deus? Beleza. Agora você é piada.
O Príncipe não aceitava. Pior ainda foi a punição:
Perdeu os poderes. Foi expulso do céu. Caiu no mundo.
Criado com tudo do bom e do melhor, ele conheceu a fome, a miséria, a sujeira. Pela primeira vez, precisou roubar, mentir, se humilhar pra viver. Perdeu a dignidade. Até os mais leais o abandonaram.
Aquela frase “No caos, meu coração está em Taoyuan” foi esculpida em pedras por todo Xianle. Se ele visse uma hoje... provavelmente cairia no chão em desespero.
O cara que disse isso provou que não dá pra manter o coração puro quando sua vida tá um caos.
Ele caiu do céu com tudo. Parecia que tinha sido ontem. Mas o tempo passou.
Anos depois, do nada, o céu estremeceu de novo.
O Príncipe ascendeu pela segunda vez.
Na história, ninguém nunca voltou do mundo dos mortos e subiu aos céus de novo. Mas ele conseguiu.
E já chegou no soco. Subiu, bateu em meio mundo, e... foi chutado de volta logo depois. Durou o tempo de um incenso queimando.
A primeira ascensão foi uma lenda. A segunda? Uma vergonha.
Depois de cair duas vezes, os céus perderam a paciência. Agora não era só decepção — era medo. “Se ele subir de novo, será que vai se vingar?”
Mas não. Dessa vez, ele ficou de boa. Aceitou a vida. Só tinha um problema: levava tudo a sério demais.
Vivia nas ruas vendendo arte, tocando instrumentos, fazendo malabares. Sim, o Príncipe dançava, cantava, fazia de tudo.
Às vezes, pegava lixo, reciclava coisas.
Os deuses ficaram chocados. “Como esse cara chegou nesse ponto??”
Ele, que foi príncipe, sacerdote divino, agora era piada de taverna. Virou três vezes motivo de riso.
Mas, depois do riso, também vinham suspiros: O filho favorito do céu, desapareceu.
O reino caiu. Os deuses o esqueceram. Ninguém sabia onde ele andava.
Ser humilhado uma vez já é péssimo. Duas vezes? Ninguém levanta mais.
Anos depois, o céu estremeceu pela terceira vez. O chão tremeu. O fogo dançou. Os deuses correram: “Quem está subindo agora?!”
E a resposta foi: Ele.
O Príncipe de Xianle ascendeu pela terceira vez!